Carta aberta à junta Bel Péssima e Mark Kuson
Que me perdoem as exceções, que me perdoem os dissidentes, que me perdoem os redimidos, que me perdoem os transgressores.
Diversos são os vídeos que editados na internet, propagandistas e aliciadores, ferem a sensibilidade de milhões de internautas ajuizados para os quais o mutismo, em resposta a tais despropósitos, não expressa, absolutamente, a mais cabível objeção. Cf. http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/7--o-clamor-do-il-babbuino-contra-os-predadores-golpistas
Deparei-me, recemente, não sem assombro, com dois vídeos desse gabarito e já não foi possível, sem reagir acertadamente, dormir em paz.
Um deles o arrebata à realidade e o projeta em um universo socio-cultural fantástico, assoberbado de steriótipos, uma fidedigna investida tencionando conjulgar a nossa classe média com todas as demais camadas socio-culturais brasileiras.
O outro o insere, sem nenhum comedimento, em uma dimensão irresponsavelmente proselitista; exibe uma ideologia política estranha à hodierna ideologia nacional e imputa a responsabilidade pela “crise” engendrada nos arcanos da politicalha golpista aos governos de vocação socialista, no poder desde 2002. Cf. http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/7--o-clamor-do-il-babbuino-contra-os-predadores-golpistas
Um deles, editado por Bel Péssima, foi sobejamente propagado por muitos outros partidários da segregação social, empenhados embaixadores da classe média brasileira.
O outro, editado no site TV SAPPNO, foi também generosamente divulgado por um importante punhado de outros adeptos da incongruência, igualmente empenhados embaixadores da classe média brasileira. Cf. http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/7--o-clamor-do-il-babbuino-contra-os-predadores-golpistas
Comoção !
Bel Péssima, no seu vídeo publicado no YouTube, propõe a leitura, em alta voz, de uma carta aberta ao Brasil, de autoria de um norte-americano, um certo Mark Manson.
Mark Manson, mediante sua carta aberta ao Brasil, anela responsabilizar cada brasileiro, de per si, pela sempiterna e desafortunada situação sociopolítica brasileira, a mesma que nos acorrenta a uma reputação lastimável. O norte-americano identificou o problema : “O problema é você, você mesmo que está lendo esse texto”. Cf. carta aberta ao Brasil de Mark Manson.
Em um alude de desatinos, almejando legitimar o seu ponto de vista sobre o Brasil e o povo brasileiro, Mark kuson, embrutecido, ousou congregar todos os brasileiros em um único panorama mental, em uma só perspectiva comportamental.
Dividindo as responsabilidades atinentes aos problemas político-sociais nacionais entre dirigentes e dirigidos, entre a nossa classe média e todas as outras classes sociais brasileiras, o sociólogo Mark Kuson, supondo possuir o monopólio da verdade, admoestou cada brasileiro — a matriz dos problemas — a uma tomada de consciência holística: a solução dos problemas, o amanhecer de uma nova e próspera ordem social.
Bel Péssima não titubeou, ratificou as considerações atulhadas de disparates, periféricas, evasivas e redigidas pelo norte-americano e, dessarte, nivelou por baixo as responsabilidades de diversos atores sociais no país expoente máximo de uma violenta extratificação social, que nos estigmatiza e nos desmembrana.
Durante a leitura da insolente carta aberta ao Brasil, de quando em vez, maravilhada diante da argumentação do seu lider político, os olhos esbugalhados, prestes a saltar das suas órbitas, em êxtase a concidadã transfigurava-se.
A entonação oscilava, ora solene, ora irônica, mas sempre saboreando cada frase, como se tratasse de um poema lírico — Bel Péssima fazia do texto markiano uma ode grega.
O desenlace, com grande pompa, fez irradiar do semblante da leitora apaixonada o fulgor de quem triunfa na batalha, de quem degusta a sensação de ter cumprido uma missão transcendente.
Bel Péssima, manipulada ou manipuladora ? Não se sabe, contudo fez do seu vídeo, diga-se de passagem, um escândalo, o porta estandarte da oração declarativa afirmativa de Mark Kuson : “ O responsável é você.”
Esse vídeo tem alcançado um considerável sucesso no útero da classe média brasileira onde, precisamente, o obscurantismo subsiste na sua versão mais espetacular. Mas o responsável é você.
As Péssimas são, para o infortúnio de todo um povo, miríades. Nossa Péssima, quando se expressa a respeito da carta aberta de Mark Kuson ao Brasil, adjetivando-a de brilhante, o faz, certamente, obedecendo aos ditames da sua própria e diminuta consciência. Entretanto o responsável é você.
Ora, o funcionamento discriminativo e pretensioso do estrato social mediano na nossa sociedade, essencialmente estratificada, é o eco da doutrina vociferada pelo poder oligárquico nacional representado por diversas instâncias nacionais que lhe prestam serviço e obediência. As Forças Armadas brasileiras constituem — dos exemplos — o mais aberrante. Todavia o responsável é você !
Trata-se de um país povoado por aproximadamente 10% de analfabetos e uma enxurrada assustadora de iletrados funcionais que frequentam ou que frequentaram os nossos estabelecimentos de ensino e se encontram, amiúde, dissimulados no seio de todas as vertentes sociais e profissionais, a exemplo, quiçá, da nossa escrevedora Péssima. Mas o responsável é você !
Para 48% dos domicílios, choupanas soçobradas em árdua sobrevivência e em constrangedora promiscuidade, ainda não há sombra de saneamento básico. O acesso a uma medecina de qualidade, a meios de transporte público decentes, a uma nutrição básica equilibrada , em síntese, a uma seguridade social diligente, é ainda inexistente no colo da Mãe gentil.
Portanto, nada de judicioso há em responsabilizar, mais uma vez, o povo aquebrantado, carente do indispensável e lesado nos seus direitos fundamentais pela singularidade de um outro povo, minoritário; uma certa classe social, não representativa da mentalidade brasileira, muito antes pelo contrário, devota ao modelo socio-cultural norte-americano. No entanto o responsável é voce.
A corrupção, a desonestidade, as falcatruas, as fraudes tributárias, o malfamado jeitinho brasileiro et caetera, características da nossa sociedade citadas por Mark Kuson, não podem nos confinar, a todos, na clausura de uma única mentalidade, como injustamente apregoado. Contudo o responsável é você.
Ainda que essas mazelas das quais alguns padecem sejam forjadas na forja das elites e veiculadas verticalmente dos palácios às senzalas, não seria sensato estabelecer generalizações, haja vista a relevante repercussão, particularmente tangível, no imo da classe média. Em outras palavras, mesmo que esses abscessos sociais não sejam oriundos do corpo central e nem da estereóbata da pirâmide social brasileira, é patente que a classe média — complexada — esposa com ostentação e vigor o patrimônio comportamental da fidalguia brasileira, discriminadora confirmada. Mas o responsável é voce.
O axioma apropriado à situação evocada por Mark e endossada pela conterrânea Péssima só pode ser o mais popular : “A merda vem de cima”, e de muito longe, permito-me explicitar. Socorro ! A chuva não pára.
Nossa Péssima corrobora a representação mental de um outro, de um gringo, como ela mesma o designa, o desdenhoso Mark Kuson, coincidência ou não, norte-americano, na sua presunçosa carta aberta ao Brasil. A quem exatamente Mark endereça sua carta ? À classe média dos Estados Unidos da América ou à classe média dos “Estados Unidos do Brasil” ? A primeira é a mãe espiritual da segunda. Mas o responsável é você.
Mark nos revela sua fonte inspiradora, o povo brasileiro, mas que povo ? A classe média, no cerne da qual ele encontrou ressonância à sua mentalidade, e subordinado aos imperativos da sua própria, pobre e nebulosa confabulação, fez projeção freudiana a partit da classe que lhe serviu de arquétipo para a redação da sua carta aberta ao Brasil.
Há um certo país, situado no hemisfério norte, industrializado, gozando de tecnologia de ponta multidisciplinar, mercantilista, expansionista, expert em propaganda política, versado em embargos, perito em putsch e que opera, principalmente, no regaço de nações em via de desenvolvimento, i.e., emergentes.
Que país é este, que desprovido de escrúpulos, oportunista, impõe ao planeta os seus interesses econômicos por intermédio de ardis financeiros, pelo suborno, pelo nepotismo, pelo tráfico de influências e, quando confrontado a resistências, manu militari corrompe e estabelece no interior das nações, onde já exercia ingêrencia, peões engravatados, certos nativos gananciosos e irresponsáveis.
Que país é este, que revestido de um desígnio impetuoso, canibalesco, macabro, asfixia as economias estrangeiras com o seu paradigma político socio-econômico meritocrático, segregativo e genocida.
Mark Kuson não surpreende, testifica. Mark representa o produto autêntico do sistema de valores disseminado pela sociedade norte-americana, um sistema patogênico, pregador de lições, falso moralista, dualista, exportador de uma certa moral farisaica, preconceituoso, individualista; promotor de um maniqueísmo severo, de um falso puritanismo hediondo, de miséria, de abandono, de discriminação; apologista de um arianismo pestilento — vizinho do nazismo. Toda essa porcariada semi oficializada, e algo mais, é orquestrada pela fomentação e preservação da ignorância, quase generalizada na capital do império dos yankes; eleitores primários de governos democratas e republicanos, ambos propagadores do mais expressivo engodo de todos os tempos : a democracia americana.
Devastadora, a selvageria capitalista triunfa sem precedentes. Mark Kuson olvidou-se de varrer defronte da sua própria porta.
Para Mark, o economista improvisado, pagar parcelado não constitui a válvula de escape amenizadora do problema de poder aquisitivo que molesta muitas classes sociais brasileiras, senão uma necessidade obsessiva de consumo oriunda da “vaidade” do povo brasileiro.
O esquema de parcelamento adotado no Brasil e interpretado por Mark como uma resposta adequada ao consumismo infundado e cultivado pelo povo brasileiro, de fato, não somente favorece o crescimento econômico como possibilita a classe negligenciada à aquisição de artigos, sucedâneos ou não, de primeira necessidade.
Um outro exemplo markista, extraído certamente da classe média brasileira, foi identificado por Mark no núcleo da classe abastada e tenta demonstrar que : "os brasileiros ricos não se importam de pagar três vezes mais caro por uma roupa de grife ou uma joia, e contratam até empregadas e babás para fazer um trabalho que poderia ser feito por eles”. Não seriam esses os pequenos-burgueses brasileiros, logo pertencentes à classe média, a mesma com a qual Mark identificou-se e ajuntou-se no Brasil ? http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/O-clamor-do-IL-Babbuino-contra-os-patriotas-primarios
É, portanto, a distinta classe média quem se autoriza a pagar três, cinco, dez vezes mais caro, de modo a contribuir amplamente para inflacionar os custos de serviços assim como os artigos importados e comercializados no Brasil, pois é capaz de subsistir todos os dias do ano fazendo economia no pasto, pedindo empréstimos a agiotas, pendurando mercadorias, comprando via cartão, mas não abre mão da sua camiseta de grife, do seu artefato de marca, do seu penduricalho da moda e das suas baladas de final de semana em ambientes tendance.
A classe argentária passeia, viaja, investe e consome descomedidamente por onde passa, mas, principalmente, no exterior, onde adquire artigos de luxo, pagando cash, num afã megalomaníaco de exibição da sua sinistra opulência.
Mark parece ignorar que o adjetivo vaidoso, empregado compulsivamente no Brasil, não constitui um derivado do substantivo abstrato vanity, antes pode significar sedutor, sensual, elegante, estilizado, et caetera. O vaidoso brasileiro é, mormente, o indivíduo que atribui excessiva importância à sua silhueta.
O substantivo vaidade, ao menos no Brasil, reveste uma certa polissemia. A vaidade à qual se refere Mark discorre sobre o aspecto exterior, sobretudo indumentário, de relevância capital para classe corroída de pretensão — talvez porque desprovida desse trunfo nada mais possua para seduzir, talvez porque aprendeu a comprazer-se dentro dos limites da sua notória frivolidade aspirando distinguir-se dos demais brasileiros, cognominados "povinho" — . Enquanto que o substantivo vanity (soberba, orgulho, altivez) traduz, em língua inglesa, um defeito moral, um dos sete pecados capitais identificados pelo monge cristão e asceta, Evágrio Pôntico.
Mark fez, decerto, alusão à classe média brasileira, não esclarecida, americanizada, tendo como razão precípua de existir, o apostolado e o exercício da distinção social — uma maneira tipicamente mediana e brasileira de suplantar o seu complexo de terceiro-mundista. Cf. http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/O-clamor-do-IL-Babbuino-contra-os-patriotas-primarios
O exemplo do retrovisor do automóvel estacionado, apresentado por Mark para ilustrar a cultura brasileira gangrenada a ponto de “fazer escolha do errado em detrimento do certo” — palavras Markianas — é suis generis: “Dois brasileiros proprietários de automóvel, por conseguinte medianos, cujo um deles causa danos materiais ao outro” — o retrovisor danificado. Mark se diz persuadido de que o brasileiro fautoso fará de tudo para esquivar-se de assumir suas responsabilidades, mas que os gringos certamente o fariam, obedecendo a uma consciência social coletiva que sobrepuja a consciência individual, onde a coletividade é mais importante do que o bem-estar de um só indivíduo. Palavras markianas.
A mudança de mentalidade sugerida por Mark, revolucionária para a classe média, levando em conta o exemplo acima citado, não poderá ocorrer enquanto não brilharem — no céu da nossa pátria — ministérios de educação, de cultura e de justiça íntegros. Se é verdade que cada brasileiro deve empenhar-se, segundo sustenta Mark, com o intuito providente de provocar tal mudança, todavia sem recursos pedagógicos, cognitivos e monetários, então, a proposta markiana só encontraria lugar na ausência de lugar, na ilha utópica de Thomas More.
A distinção social serve à classe média de lenitivo ao mórbido conflito psicológico do qual padece; por essa razão regurgita toda sua violência sobre o necessitado, a quem alcunhou de povinho, exatamente como faz a classe média norte-americana — dos paízes industrializados, de longe a mais fútil —. “A classe média brasileira é uma abominação política porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, é uma abominação cognitiva porque é ignorante”. Marilena Chauí, socióloga brasileira.
Diversas personalidades públicas, as publicidades televisivas, as telenovelas e a imprensa subornada formam opiniões, vivificam o inconsciente coletivo, solidificam as diferenças psicossociais e cristalizam o sentimento de distinção social inerente às classes alta e média.
O sociólogo Mark se exprime sobre a alegria e a solidariedade brasileiras, certamente não leu e nem sequer ouviu falar de um dos mais importantes historiadores e sociólogos brasileiros : Sérgio Buarque de Holanda, que desenvolveu o conceito de “Homem cordial”, i.e., informal, fatalista, obediente e talvez triste. Cf. Raízes do Brasil.
A solidariedade do povo brasileiro, também descreditada por Mark, ainda subsiste no músculo da saudade da brava gente brasileira, porquanto “onde não há segurança nacional só pode haver solidariedade popular”. Cf. http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/O-clamor-do-IL-Babbuino-contra-um-amigo-alcunhado-O-Bufao-da-corte
Aliás, nos EUA não é dessemelhante, é bem no recôndito das famílias e nos círculos de amizades que a expressão mais percussiva da solidariedade pode ser verificada. Muitos norte-americanos travam combates pelas suas familias e pelos seus amigos e, voluntários, morrem jubilosos pela pátria.
O aprendizado, ao longo de quatro anos, da cultura, da língua e dos costumes brasileiros adquiridos por Mark, consoante a assertiva do gringo, não pôde ter sido lactado do úbere de uma outra classe que não fosse a apedeuta classe média brasileira, essa mesma que não se encabula quando verte o fluído da sua tacanha mentalidade sobre os excluidos sociais brasileiros. Os propósitos markianos a denunciam e o denunciam, pois que Mark se ergue como interlocutor elucidativo.
Não se conhece a identidade cultural dos brasileiros que inquiriram o professor Mark Kuson sobre a calamitosa situação nacional e sobre a prosperidade e segurança encontradas nos paízes norte-americanos e europeus. Entretanto não é mister laborioso imaginar quem são, uma vez que mal informados crêem em conjecturas desse gênero. Oportuno seria indagar-se sobre a relativa prosperidade e a pseudo-segurança apuradas nos países norte-americanos e europeus.
O crédulo Mark Kuson, crente da mesma crendice, não hesitou, assentou-se sobre uma cátedra norte-americana e iniciou sua preleção : “O problema é você, você mesmo que está lendo esse texto”.
O pretensioso Mark Kuson não representa, definitivamente, um caso isolado. Os Marks são legiões assim como as Péssimas também o são; ferozes combatentes, integrantes das classes médias dos EUA e do Brasil.
Mark Kuson, como todo bom norte-americano, individualista mediano, o cérebro lavrado e bem formatado pelo draconiano aparato norte-americano de alienação mental, concebido com a finalidade maquiavélica de engendrar estultos, crê, piamente, na maior impostura de todos os tempos, i.e., que os EUA educam e instruem o povo americano.
Nas escolas públicas americanas, disciplinas tais como história e geografia, padecem de uma cruel insuficiência enquanto que a paz social é parcialmente conquistada com hamburgueres e aves hipertrofiadas, glu glu.
O politólogo Mark Kuson argumenta que os problemas socio-econômicos brasileiros “não são só culpa do PT e da Dilma”. Como se o atual caos sociopolítico nacional fosse recente, contemporâneo aos nossos atuais dirigentes e, em suma, constituísse um apanágio exclusivo do PT e dos governos socialistas.
O sermonista Mark Kuson aconselha cada brasileiro a “rejeitar a parte de ser brasileiro que não está correta”. Segundo Kuson, cada brasileiro “deve corrigir os seus defeitos com o objetivo de construir uma sociedade melhor” , e isso, conjecturo eu, independentemente da ineficiência de ministérios como os da educação e cultura, da justiça e da saúde. Cada brasileiro é exortado a edificar uma nova e seleta sociedade, armado de recursos deontológicos e rudimentos educacionais que muitas vezes não lhe foram lecionados. Vide supra parágrafo 43.
Se não for o fruto comestível, subtraído de louvores porquanto impróprio ao consumo, que seja a árvore que o produz o epicentro de todas as atenções, para que a sua raíz possa ser, sem clemência, extirpada, contudo, não com a foice pseudo-justiceira nem com a química pseudo-terapêutica com que muitos zelosos cidadãos, partidários de Mark Kuson e de Bel Péssima, imbuídos de um espírito confuso e pernóstico, proclamam consciência evoluida e justiça própria. Nihil novi sub sole.
Se bem que aforismo, redutor por excelência, “cada um só pode transmitir o que recebeu”. Mar Kuson e Bel Péssima, o indicador apontado na direção do outro, também transmitem o que receberam. “O inferno é o outro”. Jean-Paul Sartre.
Mark Kuson chegou ao Brasil caolho, aterrissou na pista da classe média brasileira, idólatra de todo gringo e sobretudo quando o gringo se desboca em asneiras. Mark Kuson, carpo norte-americano, combalido crônico e irrecuperável, encontrou-se rapidamente em seu elemento, todavia, aterrou-lhe constatar a sua similitude com os medianos nacionais e não tardou a reclamar distinção social, porquanto abominou divisar o seu reflexo no espelho da classe que o acolheu ; constrangido, reivindicou diferença, dessarte Mark, o caolho, entronizou-se, fez-se rei dos cegos medianos. Cf. http://br.luizmacpontes-insurrection.com/correspondance-epistolaire/O-clamor-do-IL-Babbuino-contra-um-amigo-alcunhado-O-Bufao-da-corte
Para os cidadãos alemão, austríaco, holandês, sueco, suiço e outros, milhões de marks norte-americanos ainda não abandonaram a sua grota troglodita, a mesma grota na qual reside a classe média brasileira. Mas o responsável é você.
Que me perdoem as exceções, que me perdoem os dissidentes, que me perdoem os redimidos, que me perdoem os transgressores.
Il Babbuino (Luiz MacPontes)